Audiência no STF fecha acordo para desocupar terra indígena conflagrada no STF

Audiência no STF fecha acordo para desocupar terra indígena conflagrada no STF

 Produtores rurais irão deixar o local, onde indígena foi morto, após receberem pagamento do governo federal



          
O ministro Gilmar Mendes, com participantes de audiência de conciliação sobre terra indígena — Foto: Antonio Augusto/STF/25-09-2024

Porto Velho, Rondônia - O governo federal, o governo do Mato Grosso do Sul, lideranças indígenas e produtores rurais chegaram a um acordo para solucionar um conflito envolvendo a demarcação da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, onde um indígena foi morto pela Polícia Militar na semana passada. O acerto foi fechado em uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira.

Para que os produtores rurais deixem o local, o governo federal aceitou pagar R$ 27,8 milhões pelas propriedades, a partir de uma avaliação feita pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2005. O valor será corrigido pela inflação e pela Taxa Selic.

Após esse primeiro pagamento, os produtores terão 15 dias para deixar o local. A partir daí, os indígenas poderão retornar. Além disso, a União ainda pagará, como indenização, R$ 102 milhões. Já o estado do Mato Grosso do Sul pagará R$ 16 milhões.

A Advocacia-Geral da União (AGU) ressaltou, durante a audiência, ser contrária à indenização em situações como essa, devido à decisão do STF que rejeitou a tese do marco temporal das terras indígenas. Entretanto, concordou com o pagamento neste caso.

Também foi incluído no acordo uma autorização para que os indígenas realizem uma cerimônia no local em que o indígena Neri da Silva foi morto. O ato poderá ser realizado no próximo sábado, com a presença de até 300 pessoas. A Funai e a Força Nacional irão acompanhar.

A conciliação terá que ser homologada pelo relator do processo, ministro Gilmar Mendes. Posteriormente, a decisão ainda será submetida ao plenário do STF.

A Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, que fica no município de Antônio João (MS), foi demarcada em 2005, para o povo Guarani Kaiowá. Entretanto, a demarcação foi questionada no STF por produtores rurais, que alegam que estão no local desde o século XIX. Em 2005, o ministro Nelson Jobim (hoje aposentado) suspendeu a demarcação.


Fonte: O GLOBO

da redação FM Alô Rondônia
Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem
Aos leitores, ler com atenção! Este site acompanha casos Policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda - se ao leitor critério ao analisar as reportagens.