Cientistas descobrem um novo método para gerar combustível renovável que pode mudar o mundo. A tecnologia utiliza energia solar para replicar o processo de fotossíntese.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, localizada no Reino Unido, desenvolveram tecnologia que consegue refazer o processo de fotossíntese para transformar dióxido de carbono e água em combustível. O destaque da pesquisa é que o combustível renovável pode ser utilizado como combustível para veículos já presentes no mercado.
Com países de todo o mundo buscando uma forma de se afastar dos combustíveis fósseis, formas de transporte elétricos estão sendo promovidos enquanto desencorajam a venda de veículos com motores de combustão interna (ICE).
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Tecnologia de combustível renovável pode prolongar a vida útil dos veículos
Apesar da política ter a intenção correta, uma mudança obrigatória para carros elétricos deixará milhões de veículos a combustão no ferro velho, ao mesmo tempo que ampliará a demanda por minerais de terras raras necessárias para produzir baterias de carros elétricos.
Um combustível renovável como este, produzido com energia solar, não emissor de carbono poderia aumentar a vida útil dos veículos ICE sem levantar preocupações sobre danos ao meio ambiente. A pesquisa de tecnologia feita em Cambridge promete tornar essa possibilidade uma realidade em um futuro próximo.
Os biocombustíveis, como é o caso do etanol, têm sido sugeridos como substitutos dos combustíveis fósseis. Os países já começaram a utilizá-los como substitutos em proporções menores. Entretanto, a produção de biocombustíveis demanda o desvio de terras agrícolas.
Com a produção global em constante avanço, muitos questionam a necessidade de transformar alimentos em combustível renovável. Apenas nos EUA, 45% do milho cultivado é utilizado para a produção de etanol.
Erwin Reisner e sua equipe de pesquisadores de Cambridge têm buscado alternativas para gerar combustíveis de carbono zero e encontraram a resposta na folha artificial. Assim como suas contrapartes naturais, as folhas artificiais transformam CO2 e água em produtos químicos utilizáveis através da energia solar, que podem ser de grande ajuda na indústria farmacêutica, de combustível ou plástica.
Entenda como funciona a nova tecnologia
Os pesquisadores conseguiram utilizar sua folha artificial de energia solar para gerar gás de síntese, uma união de hidrogênio e monóxido de carbono. Entretanto, eles precisavam gerar produtos químicos muito mais complexos em uma única etapa caso a tecnologia tivesse aplicações técnicas.
Desta forma, os pesquisadores então criaram um catalisador utilizando cobre e paládio que tornou possível que a folha artificial gerasse produtos químicos complexos como o propanol e etanol. Ambos os álcoois multicarbonados também são combustíveis de alta densidade que podem ser armazenados e transportados de forma fácil.
Pesquisas de outros grupos também levaram à síntese dessas moléculas de álcool, entretanto a fonte de energia neste caso foi a eletricidade. Esta é a primeira vez que apenas a energia solar foi utilizada para gerar o combustível renovável.
A tecnologia ainda está em fase de prova de conceito. A equipe de pesquisa agora está atuando para otimizar os absorvedores de luz e o catalisador para que mais combustível possa ser produzido, ampliando a eficiência geral do sistema de energia solar. O trabalho futuro também envolve o aumento do tamanho da folha para que grandes volumes de combustível possam ser gerados de cada vez.
Vantagens da energia solar
A energia solar não gera poluição, é limpa, silenciosa, renovável e pode ser utilizada em áreas isoladas da rede elétrica, tendo a mínima necessidade de manutenção. Além disso, a fonte gera baixo impacto ambiental, sendo uma das mais sustentáveis do mundo.
Seu funcionamento, seja em qual for o projeto, é silencioso e discreto, evitando a geração de ruídos desagradáveis e contribuindo com a diminuição da poluição sonora. A cada dia, novos projetos e tecnologias com esta fonte estão surgindo ao redor do mundo.
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