Foto: Reprodução/Metrópoles.
Originária do Reino Unido e criada para auxiliar no pastoreio de ovelhas, a raça Border Collie passou a mirar os olhos em outras atividades depois de cruzar o Atlântico. Pelas grades da cerca, Floki vigia atento a bola próxima ao pé de seu tutor, Gustavo Rodrigues, 25 anos. Com um comando do educador físico, o cão dispara para dentro da quadra de areia e pula em busca de dar uma “mordidinha” na esfera de couro e lançá-la ao alto para continuar a partida de altinha.
Sucesso nas quadras de areia, Floki, de apenas 1 ano e 9 meses, acumula mais de 294 mil seguidores nas redes. Agitado e inteligente, o “cãopanheiro” é integrante garantido sempre que participa dos treinos de futevôlei do Cruz Fut, realizados de segunda a quinta, e nos “rachões” das sextas-feiras, no campo ao lado do Ginásio do Cruzeiro.
“Nunca imaginei que [o Floki] fosse conseguir jogar. Ele começou a brincar sozinho com balões, em casa mesmo, quando ele tinha uns dois meses. Jogava o balão para o alto, esperava ele cair para empurrá-lo de volta para cima. Foi depois de mudar as bolas que eu percebi que a de couro ele morde e não consegue furar”, conta Gustavo, jogador de futevôlei há 12 anos.
O tutor iniciou o projeto da escolinha de futevôlei em março de 2021, meses antes de conhecer Floki. Nascido em agosto do mesmo ano, o cão passou a frequentar as quadras logo quando mostrou aptidão para o esporte.
Floki ganhou o apelido em homenagem ao personagem da série Vikings, da Netflix, que leva o mesmo nome. “Me amarro [na série] e também por conta da personalidade. É uma raça muito ativa. Ele é ligado no 220V e meio doido”, explica Gustavo.
As quadras preferidas de Floki estão no Parque da Cidade Sarah Kubitschek. “Quando está chegando de carro no parque, ele já começa a chorar e pula para o banco da frente. Sempre que eu saio de casa, tento levá-lo."
Devido ao acesso liberado para animais, é onde normalmente frequenta com o tutor para distribuir “mordidinhas” aos parceiros.
Tradicionalmente jogado em duplas, o parceiro de Floki precisa estar mais atento aos toques e posicionamento do cão.
“Tem que estar preparado para correr. Quando ele está jogando com mais pessoas, aí tem gente para pegar o passe. Quando está só eu e ele, tenho que sempre jogar reto porque ele joga pra frente”, detalha.
Além de obcecado pela bola de couro, Floki é bem adestrado. Espera os passes deitado, dá a pata, aguarda a vez de entrar na quadra e sabe truques mais complexos.
Gustavo confessa que sentiu “um pouco da necessidade e precaução” pelo adestramento do cãopanheiro ao conhecer mais sobre a raça Border Collie. “Para quem não conhece direito, esse cachorro faz o que quiser com o dono”, explica o morador do Cruzeiro.
“[O que mais chama atenção é] A paixão dele pela bola, a gente fica treinando e vê ele querendo entrar para jogar”, conta a professora Daniele Figueiredo, de 29 anos.
Há cerca de 1 mês treinando às terças e quintas, a educadora descobriu o projeto por meio de amigas que postavam nas redes sociais. “Fiquei curioso é diferente, uma coisa mais leve, descontraída, prazeroso”, afirma a moradora do Cruzeiro.
“Jogar com o Floki é muito diferente. Quando você joga com uma pessoa, você já espera alguma coisa. Com ele, a gente joga e não sabe o que ele vai fazer. É bem surpreendente”, explica.
Créditos: Metrópoles.