O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, avalia que a proposta para dolarizar a economia argentina dificilmente sairá do papel tanto por questões políticas quanto econômicas e fiscais.
Além de não possuir reservas de dólares suficiente, Milei não deve conseguir o apoio político necessário para fazer a proposta avançar. Vale afirma que em países maiores e com várias províncias, caso argentino, as dificuldades devam ser ainda maiores.
— O caminho para que eventualmente se pudesse pensar em uma dolarização que funcionasse na economia argentina teria que passar por um planejamento mais longo e baseado em um ajuste fiscal significativo de partida. É difícil fazer uma dolarização se os estados não estiverem imbuídos desse ajuste fiscal. Fazer reforma na canetada não vai adiantar. O ideal seria ele fazer no primeiro ano um ajuste fiscal significativo.
O economista ressalta que a Argentina já deu default algumas vezes em sua história e não tem conseguido apresentar superávit primário, o que enfraquece a credibilidade de projetos dessa magnitude.
— O modelo que a Argentina deveria seguir é o tripé que funcionou no Brasil, com câmbio flexível, sistema de meta de inflação, e um regime fiscal novo e forte na economia, o que eles nunca tiveram.
Outro caso de dolarização conhecido na América do Sul é o do Equador, que adotou o processo no início deste século. Apesar de um efeito inicial positivo sobre a inflação, o país continuou a apresentar déficits fiscais e ficou sem ferramentas para lidar com crises externas.
Dependente do Fed
Isso porque, a política monetária passa a ficar mais dependente das decisões do Federal Reserve, Banco Central americano. E o Fed não irá tomar suas decisões pensando na situação econômica dos países latino-americanos.
No caso brasileiro, a adoção do dólar na Argentina traria poucos impactos, uma vez que as transações entre os países já ocorrem com a moeda americana.
— O que vamos ter que prestar atenção é no acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Sinaliza-se uma pressa para assinar um acordo o quanto antes, mas é difícil que se consiga até ele (Milei) tomar posse. Acredito que há um meio termo para ser alcançado, pois ele é contra o Mercosul, mas é favorável a acordos comerciais. E nesse primeiro momento, ele terá outras questões econômicas para lidar.
Vale também destaca que outras propostas de Milei, como o fechamento do Banco Central (BC) não terão apoio político necessário para avançarem.
— A política monetária perde total efeito em caso de uma dolarização. Mas o Banco Central não existe só para fazer política monetária. Fechar o Banco Central é uma derrota institucional muito grande para o país e não deve passar no Congresso.
Fonte: O GLOBO
Além de não possuir reservas de dólares suficiente, Milei não deve conseguir o apoio político necessário para fazer a proposta avançar. Vale afirma que em países maiores e com várias províncias, caso argentino, as dificuldades devam ser ainda maiores.
— O caminho para que eventualmente se pudesse pensar em uma dolarização que funcionasse na economia argentina teria que passar por um planejamento mais longo e baseado em um ajuste fiscal significativo de partida. É difícil fazer uma dolarização se os estados não estiverem imbuídos desse ajuste fiscal. Fazer reforma na canetada não vai adiantar. O ideal seria ele fazer no primeiro ano um ajuste fiscal significativo.
O economista ressalta que a Argentina já deu default algumas vezes em sua história e não tem conseguido apresentar superávit primário, o que enfraquece a credibilidade de projetos dessa magnitude.
— O modelo que a Argentina deveria seguir é o tripé que funcionou no Brasil, com câmbio flexível, sistema de meta de inflação, e um regime fiscal novo e forte na economia, o que eles nunca tiveram.
Outro caso de dolarização conhecido na América do Sul é o do Equador, que adotou o processo no início deste século. Apesar de um efeito inicial positivo sobre a inflação, o país continuou a apresentar déficits fiscais e ficou sem ferramentas para lidar com crises externas.
Dependente do Fed
Isso porque, a política monetária passa a ficar mais dependente das decisões do Federal Reserve, Banco Central americano. E o Fed não irá tomar suas decisões pensando na situação econômica dos países latino-americanos.
No caso brasileiro, a adoção do dólar na Argentina traria poucos impactos, uma vez que as transações entre os países já ocorrem com a moeda americana.
— O que vamos ter que prestar atenção é no acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Sinaliza-se uma pressa para assinar um acordo o quanto antes, mas é difícil que se consiga até ele (Milei) tomar posse. Acredito que há um meio termo para ser alcançado, pois ele é contra o Mercosul, mas é favorável a acordos comerciais. E nesse primeiro momento, ele terá outras questões econômicas para lidar.
Vale também destaca que outras propostas de Milei, como o fechamento do Banco Central (BC) não terão apoio político necessário para avançarem.
— A política monetária perde total efeito em caso de uma dolarização. Mas o Banco Central não existe só para fazer política monetária. Fechar o Banco Central é uma derrota institucional muito grande para o país e não deve passar no Congresso.
Fonte: O GLOBO
da redação FM Alô Rondônia