PODERES / DINO NO STF
“No dia 6 de janeiro o ministro Dino teve as informações de que havia algumas multidões vindo para Brasília e fez o que? Reduziu os militares que deveriam cuidar do Palácio", diz Ives Gandra
O maior jurista do Brasil, Ives Gandra, enxerga com preocupação a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF), feita pelo presidente da República, Lula (PT).
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Gandra ressaltou que o ministro diminuiu o número de agentes de segurança na Praça dos Três Poderes, mesmo com os avisos sobre os protestos no dia 8 de janeiro.
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“No dia 6 de janeiro o ministro Dino teve as informações de que havia algumas multidões vindo para Brasília e fez o que? Reduziu os militares que deveriam cuidar, mesmo com a informação de que haveria aglomerações”, disse.
O jurista também destaca que Dino, enquanto ministro da Justiça, não apresentou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional e ao STF informações cruciais para esclarecer o caso e identificar os responsáveis.
“Os vídeos que poderiam mostrar quais eram os baderneiros e quais eram os infiltrados foram eliminados pelo ministro Dino. Ele tinha os vídeos, sabiam que eram importantes e ele não levou esses vídeos para conhecimento nem da CPMI, dificultando a própria defesa daqueles que estavam sendo acusados de golpistas”, pontuou.
“Ao meu ver ele agiu de forma arbitrária, pois pessoas foram condenadas a 17 anos de prisão, quando na verdade tinha uma ficha limpa e não praticaram nenhum gesto de atingir qualquer pessoa, atingir a dignidade de qualquer pessoa e não poderiam dar golpe nenhum, porque sem armas, não há na história do mundo, um golpe de Estado que foi dado sem armas”, concluiu.
Abaixo assinado
A possível ida de Dino ao STF também foi bastante criticada pelo Novo, que lançou um abaixo assinado para coletar assinaturas contra a indicação. Segundo nota publicada pelo partido, “a aliança” entre políticos e o STF representa a “maior ameaça à democracia brasileira”.
“O Brasil já sofre nas mãos de um STF politizado, que abusa do seu poder e extrapola suas competências. Como podemos ter um país justo quando a Corte mais alta já deixou claro que defende um lado?”, questiona a postagem publicada no perfil do Novo no X (antigo Twitter).
O texto prossegue dizendo que a indicação de Dino para o Supremo agrava a situação. “Dino é, acima de tudo, um político de esquerda. Sua atuação no campo do direito é modesta, e certamente não possui ‘notável saber jurídico’”, prossegue a nota, fazendo referência ao principal critério definido pela Constituição para a escolha de um ministro da Suprema Corte.
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