Jornal criticou nova fala do petista, na qual ele negou ter usado a palavra Holocausto ao comparar a guerra em Gaza ao massacre de judeus pelos nazistas
Em mais um editorial crítico ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), publicado nesta quinta-feira (29), o jornal O Estado de São Paulo afirmou que o petista “debocha da inteligência alheia” ao dizer que não usou a palavra Holocausto para criticar a ofensiva de Israel contra o Hamas.
A negativa sobre o uso da palavra Holocausto foi feita por Lula em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV!, exibida na última terça (27). Na ocasião, o petista comentava a repercussão da declaração que ele fez durante uma coletiva de imprensa na Etiópia, no dia 18 de fevereiro, quando comparou a guerra no Oriente Médio ao massacre de judeus pelo nazismo.
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– Primeiro que eu não disse a palavra “holocausto”. Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel. Não foi minha – alegou o petista.
Ao comentar a mais nova declaração de Lula sobre a guerra na Faixa de Gaza, o Estadão chamou o presidente de “o irredutível” e disse que a desonestidade intelectual do chefe do Executivo “é gritante”. O jornal reforçou que Lula tinha conhecimento claro do impacto que seria criado por sua fala inicial.
– Evidentemente, Lula sabe muito bem o que foi o Holocausto. Sabia exatamente a reação que pretendia causar quando disse que a campanha militar de Israel contra o Hamas equivalia à resolução de Hitler de “matar os judeus”. Estamos diante, portanto, de pura má-fé – resumiu o veículo.
Em outro ponto, o jornal disse que Lula é um “caso perdido” e que o presidente escolheu ignorar a natureza terrorista e genocida do Hamas e condenar o país agredido, neste caso, Israel. Em claro e bom tom, o Estadão escreveu que “a imoralidade lulopetista é evidente”.
– Está claro que é ocioso esperar de Lula qualquer gesto público de grandeza, isto é, que reconsidere sua descabida comparação entre a guerra em Gaza e o Holocausto e que peça desculpas a todos os que se ofenderam com sua fala – prosseguiu.
O texto do Estadão encerrou dizendo que se impõe ao petista alguma retratação, mesmo que ela seja “um simples gesto político”, como uma demonstração de respeito “aos valores universais sobre os quais foi erigida” a República brasileira. No entanto, o próprio jornal reconheceu que há poucas chances de que isso aconteça de fato.
– Como chefe de Estado, como a voz do povo brasileiro que se faz ouvir entre a comunidade das nações, a Lula se impõe alguma retratação – mesmo como um simples gesto político, como um sinal de respeito, para o Brasil e para o mundo, aos valores universais sobre os quais foi erigida esta República. Infelizmente, ao que tudo indica, não vai acontecer – finalizou.
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