Brasileira afirmou ter sido estuprada por sete homens, além de ter sido roubada e estuprada
O Itamaraty confirmou nesta terça-feira que autoridades da Índia identificaram os sete suspeitos de envolvimento no estupro coletivo de uma turista brasileira que viajava de moto pelo país com seu marido.
O crime aconteceu na noite de sexta-feira no leste da Índia, no distrito de Dumka, no estado de Jharkhand, onde Fernanda e o marido, Vicente, estavam acampados.
No sábado, três homens foram detidos e foram vistos sendo escoltados ao tribunal com sacos na cabeça e com cordas amarradas na cintura. Os três foram posteriormente colocados sob custódia. As vítimas também estiveram no tribunal.
O ataque
Fernanda, que compartilha nas redes sociais as aventuras ao lado do esposo, o espanhol Vicente, contou que estavam na estrada, a caminho do Nepal, quando decidiram parar para acampar durante a noite. Fernanda afirmou que foi estuprada por sete homens, além de ter sido roubada e espancada.
Em outra postagem, Vicente mostrou cortes que sofreu nos lábios e pontos em volta da boca. O espanhol relatou que também foi brutalmente atacado pelos agressores, que o atingiram repetidamente na cabeça, com um capacete e uma pedra.
Histórico de violência sexual
O caso colocou o histórico assustador de violência sexual na Índia sob os holofotes. O país é considerado um dos piores em termos de violência sexual contra mulheres e teve quase 90 estupros denunciados por dia em 2022, de acordo com o escritório nacional de registros criminais.
No entanto, há uma subnotificação. Muitos ataques não são denunciados, seja por vergonha devido ao estigma, seja pela falta de confiança no trabalho das autoridades. As condenações raramente são emitidas e muitos casos acabam estagnados no saturado sistema judicial do país.
Em 2012, o caso de uma jovem que foi vítima de um estupro coletivo e depois assassinada ganhou as manchetes em todo o mundo. Jyoti Singh, uma estudante de psicoterapia de 23 anos, foi estuprada e abandonada, dada como morta, por cinco homens e um adolescente em um ônibus em Nova Délhi. Na época, o caso trouxe à tona os altos níveis de violência sexual na Índia, com semanas de protestos e uma mudança na legislação para punir o crime de estupro com a pena de morte.
Fonte: O GLOBO
da redação FM Alô Rondônia