Presidente da Ucrânia citou necessidade de isolar líder russo
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que um encontro entre Lula e Vladimir Putin, na Cúpula do Brics, seria um grande erro. O líder ucraniano fez o comentário durante entrevista a jornalistas brasileiros em Kiev.
– Seria um grande erro porque nós temos que isolar Putin politicamente. Ele precisa sentir que cometeu erros históricos ao atacar a Ucrânia e iniciar a guerra. E quando um líder se reúne com ele, dá legitimidade [a Putin]. Acho que isso é um grande erro – falou Zelensky, em um trecho divulgado pela CNN.
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Também durante a entrevista, Zelensky disse que não visitou o Brasil porque não foi convidado. Ele reforçou que gostaria de receber Lula na Ucrânia e convidou o petista para participar da Cúpula da Paz, que será realizada em junho, na Suíça, a pedido do presidente ucraniano.
Apesar de considerar um erro a proximidade com a Rússia, Zelenski afirmou que a relação com o governo Lula melhorou depois do encontro às margens da Assembleia-Geral da ONU no ano passado em Nova Iorque. Antes disso, eles haviam tentado, sem sucesso, se reunir durante a Cúpula do G-7, em Hiroshima, no Japão. Na época, Brasil e Ucrânia deram versões diferentes para o desencontro, ironizado por Zelensky.
Neste ano, a Cúpula do Brics tem como sede a cidade de Kazan, na Rússia. O evento está marcado para outubro.
Embora a agenda oficial para outubro ainda não tenha sido divulgada, Lula confirmou presença na Cúpula do Brics ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que esteve no Brasil em fevereiro para a reunião do G-20.
Lula também sugeriu que Putin poderia visitar o Brasil para a Cúpula do G-20 sem medo de ser detido, embora seja alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, do qual o Brasil faz parte. O governo tem endossado a tese de que Putin teria imunidade por ser chefe de Estado.
O petista tentou se apresentar como um mediador para o conflito, mas foi duramente criticado ao equiparar as responsabilidades que Ucrânia (país invadido) e Rússia (país invasor) teriam no conflito ou sugerir que os Estados Unidos e os seus aliados da Otan estariam prolongando a guerra – uma referência a ajuda militar que fornecem para Kiev.
*AE