Itália mantém condenação, e Amanda Knox pede desculpas por ter acusado inocente de matar colega: 'Pressão policial'

Itália mantém condenação, e Amanda Knox pede desculpas por ter acusado inocente de matar colega: 'Pressão policial'

 

      Americana culpou o congolês Patrick Lumumba pela morte de Meredith Kercher e respondeu por difamação; americana passou quatro anos presa antes de ser absolvida pelo homicídio


Porto Velho, Rondônia - Amanda Knox enxugou as lágrimas nesta quarta-feira depois de se desculpar por apontar um homem inocente como o assassino de sua colega de quarto britânica em 2007. Nesta quarta-feira, um tribunal de Florença confirmou a condenação dela por difamar o congolês Patrick Lumumba. A americana culpou a polícia italiana por sua declaração falsa.

Absolvida do homicídio da sua colega de quarto na Itália após uma longa saga jurídica, Amanda Knox chegou nesta quarta-feira à Itália para comparecer ao novo julgamento.

Durante a investigação, Amanda Knox acusou Patrick Lumumba, dono de um bar local, pelo assassinato, embora ele tenha sido rapidamente inocentado. Ela foi condenada em 2011 a três anos de prisão por difamação contra ele, sem ser mandada de volta para a prisão.

Em outubro passado, o Tribunal de Cassação anulou esta condenação e ordenou um novo julgamento, realizado nesta quarta. Foi por isso que a americana voltou a Florença, 17 anos após o assassinato.

Amanda Knox denunciou Lumumba num interrogatório durante o qual os investigadores, segundo seu relato, gritaram com ela, agrediram-na e ameaçaram-na.

— Lamento não ter sido forte o suficiente para resistir à pressão policial — disse Knox aos juízes. — Fui amedrontada, enganada e maltratada. Dei o depoimento num momento de crise existencial.

Natural de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos, ela tinha 20 anos quando foi presa com o então namorado italiano, Raffaele Sollecito, pelo assassinato de Meredith Kercher, de 21, no apartamento que as duas dividiam em Perugia, no centro da Itália, onde estudaram.

O caso deu início a uma longa saga jurídica em que a dupla foi considerada culpada, absolvida, considerada culpada novamente e finalmente inocentada de todas as acusações em 2015. A americana passou quatro anos presa na Itália.

Mas, solta, Knox ainda tinha a condenação por atribuir a culpa do assassinato a Lumumba durante o interrogatório inicial pela polícia.

A noite em que foi interrogada foi "a pior noite da minha vida... fiquei em choque, exausta", disse ela nesta quarta-feira.

— A polícia me interrogou durante horas e horas, numa língua que eu mal conhecia, sem tradutor oficial ou advogado. Eu não sabia quem era o assassino... Eles se recusaram a acreditar em mim — disse ela.

Em 2019, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos decidiu que Amanda Knox não teve proteção jurídica adequada ou de um intérprete profissional durante o seu interrogatório e que o seu tratamento "comprometeu a justiça do procedimento como um todo".

Meredith Kercher foi encontrada seminua e esfaqueada 47 vezes com sinais de agressão sexual. Rudy Guede, um imigrante costa-marfinense cujo DNA foi encontrado no local do crime, foi condenado em 2008 a 30 anos de prisão por homicídio e agressão sexual, pena que mais tarde foi reduzida para 16 anos. Ele foi libertado em novembro de 2021.

O assassinato envolvendo jovens estudantes, sexo e maconha despertou o interesse da mídia de todo o mundo na época.


Fonte: O GLOBO

da redação FM Alô Rondônia
Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem
Aos leitores, ler com atenção! Este site acompanha casos Policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda - se ao leitor critério ao analisar as reportagens.