Na indústria, aumenta participação feminina na ciência

Na indústria, aumenta participação feminina na ciência

 

       São 397 mil cientistas que trabalham nas áreas de tecnologia, engenharia e matemática, uma alta de 68% frente a 2008


Porto Velho, Rondônia - Na indústria brasileira, há hoje 397 mil mulheres trabalhando como cientistas, nas áreas de tecnologia, engenharia e matemática — nas quais a maioria expressiva das funções ainda é ocupada por homens. Houve uma expansão de 68,4% em comparação a 2008, quando havia 252 mil mulheres nesses postos de trabalho com carteira assinada no setor, segundo levantamento exclusivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Elas representam 22% dentro desse quadro. Fora da indústria, segundo o estudo, o aumento foi de 58%.

Juliane Pereira é uma dessas cientistas. Ela trabalha na Indorama Ventures, multinacional da área petroquímica. Com mestrado e doutorado em físico-química, pesquisa soluções sustentáveis para a indústria de revestimentos. Seu trabalho já foi reconhecido pela Sociedade Americana de Química, com o prêmio Mulheres Latino-Americanas na Química.

Ela conta que sempre trabalhou ao lado de outras mulheres, mas reconhece que, na chefia, a maior parte dos cargos continua a ser ocupada por homens:

— Eu não vivi num ambiente muito masculino. Trabalhei a iniciação com minhas amigas, depois mestrado num laboratório com mais meninas. E hoje, na minha equipe, também há mais mulheres. Mas na chefia há mais homens, e os valores de produtividade são muito masculinos.

Bolsas de estudo

Para a especialista do Senai Monique dos Santos, a fim de impulsionar a presença feminina nas ciências é fundamental haver bolsas de estudo e vagas profissionais exclusivas.

— É importante também haver premiações para reconhecer o trabalho de mulheres nas áreas de ciência e tecnologia; redes de mentoria com pesquisadoras que conseguiram uma posição de destaque na área, para poderem guiar e inspirar jovens cientistas; além de programas de sensibilização, que conscientizem sobre pautas de diversidade, equidade e inclusão — diz Monique.

Segundo Anaely Machado, especialista em Mercado de Trabalho do Observatório Nacional da Indústria, a presença feminina vem aumentando também nos torneios de robótica organizados pelo Sesi. Neste ano, dos 670 participantes, 51% são meninas.

A participação das mulheres nos cursos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática também cresceu, de 37 mil em 2010 para 72,7 mil em 2021. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que, nesse tipo de curso, a evasão feminina é bem menor: 73% das mulheres permanecem, contra 67% dos homens.

‘Esquecer comentários’

Bárbara Viveiros, pesquisadora do Instituto Senai de Inovação (ISI) em Química Verde, vem trabalhando na busca de novos ativos e moléculas de forma sustentável a partir da biodiversidade, que podem ser usadas pela indústria farmacêutica, de cosméticos.

— Os projetos são desenvolvidos de acordo com a demanda que a indústria traz — explica Bárbara.

Ela, no entanto, admite não ter passado incólume aos comentários desagradáveis no período de formação:

— Podemos ocupar o lugar que quisermos. Procuro esquecer esses comentários, para não fazerem parte da minha vida.


Fonte: O GLOBO

da redação FM Alô Rondônia
Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem
Aos leitores, ler com atenção! Este site acompanha casos Policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda - se ao leitor critério ao analisar as reportagens.