No destaque do vídeo, após a ingestão de duas fatias de pão de forma, o bafômetro indicou 0,12 mg de álcool por litro de ar alveolar – valor este que, de acordo com as normas de trânsito brasileiras, já seria considerado uma infração. No entanto, especialistas asseguram que não há motivos para alarme, já que esses resultados provêm de um processo natural de fermentação nos alimentos.
Quais alimentos podem interferir nos testes de bafômetros?
Além do já citado pão de forma, outros alimentos comumente consumidos também podem acusar a presença de álcool em bafômetros. Por exemplo:
- Frutas fermentadas, como bananas muito maduras e maçãs,
- Kefir e Kombucha, bebidas que passam por processos fermentativos,
- Vinagres, como o de maçã e balsâmico, que contêm traços de álcool,
- Extrato de baunilha e alguns produtos de confeitaria,
- Enxaguantes bucais e xaropes para tosse, que geralmente contêm álcool.
Como o Álcool é Formado nos Alimentos?
Segundo Maria Clara Pinheiro, doutora em ciências pela Fiocruz, o álcool encontrado nesses alimentos provém do processo natural de fermentação do açúcar pelas bactérias. Por exemplo, na fabricação do pão de forma, a mistura de farinha e fermento cria uma fermentação que naturalmente produz álcool. No entanto, este deveria evaporar completamente durante o cozimento. Maria Clara destaca que, enquanto residuais de álcool podem permanecer, geralmente isso não é suficiente para causar problemas legais ou de saúde aos consumidores.
O que fazer se o bafômetro acusar a presença de álcool após comer?
Marcio Dias, advogado especializado em Direito de Trânsito, sugere que em casos onde o bafômetro acusar a presença de álcool após a ingestão de alimentos, o motorista peça para realizar o teste novamente após 15 minutos. Essa janela de tempo geralmente é suficiente para que quaisquer traços de álcool que possam ter sido detectados pelo teste anterior desapareçam. Recusar-se a fazer o teste, atribuindo-o ao consumo de alimentos, pode resultar em multas severas e outras sanções legais.
É fundamental que os consumidores estejam cientes dos alimentos que consomem, especialmente se forem dirigir. Conhecer as substâncias que compõem o que comemos pode ajudar a evitar falsos positivos em testes de bafômetro e as consequentes complicações legais ou multas.
Embora o consumo de certos alimentos possa, tecnicamente, levar a um teste positivo de bafômetro, as quantidades de álcool em geral são tão baixas que não representam uma ameaça real. No entanto, em caso de dúvida, é aconselhável aguardar um tempo após comer antes de dirigir ou realizar um novo teste se necessário para garantir a legalidade e a segura condução.
TBN