Ditador da Nicarágua lembrou escândalos de corrupção e citou Lava Jato
Ex-aliado e atual desafeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, cobrou “respeito” da parte do petista e ameaçou contar “várias coisinhas” a respeito dos governos anteriores do brasileiro, citando os escândalos de corrupção envolvendo a Operação Lava Jato.
As declarações de Ortega ocorreram na última segunda-feira (26) durante a 11ª Cúpula Extraordinária da Aliança Bolivariana Para os Povos da Nossa América (Alba), fundada por Hugo Chávez. Elas vêm na esteira da expulsão do embaixador brasileiro da Nicarágua, Breno de Souza Brasil Dias da Costa, por não ter comparecido às celebrações pelo 45º aniversário da Revolução Sandinista, e a posterior resposta do Brasil, expulsando a embaixadora nicaraguense Fulvia Castro.
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– Se você quer respeito, me respeite, Lula. Se você quer que o povo bolivariano te respeite, respeite a vitória do presidente Maduro e não se deixe levar [pelos Estados Unidos]. Não me diga que suas administrações foram extraordinárias. Foi extraordinária com o campo quando você foi presidente pela primeira vez, mas também lembre dos escândalos da [operação] Lava Jato, lembre de tudo isso. Não foi o governo mais limpo, lembre-se bem, Lula, porque eu poderei contar várias coisinhas – advertiu.
Na ocasião, Ortega ainda disse que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, está competindo com Lula “para ver quem será o líder que representará os ianques [Estados Unidos] na América Latina”. O ditador, inclusive, afirmou que foi esse o motivo que o fez romper com o Brasil.
O líder sandinista também chamou de “vergonhosa” a forma com que o presidente brasileiro tem se comportado em relação à Venezuela. O governo Lula (PT) recusa-se a reconhecer a vitória de Nicolás Maduro sem a apresentação das atas eleitorais.
– A forma com que Lula se comportou diante da vitória do presidente legítimo da Venezuela é vergonhosa, repetindo as consignas dos ianques, dos europeus, dos governos influenciados da América Latina. (…) [O Brasil] Pode ser uma potência, nós somos um país pequenino, não temos a potência do Brasil, a economia do Brasil nem nada do estilo, mas temos algo que vale mais que tudo isso: dignidade, defesa da nossa soberania – acrescentou.
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