Campanha vai aplicar duas doses em cerca de 640 mil crianças
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islâmico palestino Hamas, informou que mais de 1,2 milhão de vacinas contra a poliomielite chegaram ao enclave.
A Autoridade Palestina confirmou a chegada a Gaza do primeiro lote de vacinas e disse que todo o esforço está sendo feito para fornecer mais 365 mil doses nos próximos dias.
A campanha vai aplicar duas doses do imunizante em 640 mil crianças até os 10 anos, acrescentou em comunicado publicado no Facebook.
A Autoridade disse que trabalha para coordenar com os parceiros internacionais o lançamento da campanha nos próximos dias.
Reiterou o apelo à comunidade e às organizações internacionais para aumentar a pressão sobre as autoridades israelenses a fim de conter a agressão e facilitar a missão do pessoal de saúde na Faixa de Gaza.
A confirmação foi feita depois de a Coordenação de Atividades Governamentais nos Territórios (Cogat, na sigla em inglês), a autoridade militar israelense responsável pelos territórios palestinos, ter anunciado que as vacinas tinham entrado na Faixa de Gaza pela passagem de Kerem Shalom, em coordenação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
“Nos próximos dias, equipes médicas internacionais e locais vão vacinar crianças contra a pólio, que ainda não foram imunizadas em vários locais de Gaza”, anunciou a Cogat, que vai coordenar a campanha, de acordo com as pausas humanitárias de rotina que permitirão à população chegar aos centros médicos onde as vacinas serão administradas”.
As Nações Unidas tinham, na sexta-feira (23), afirmado que o objetivo era enviar 1,6 milhão de doses de vacinas para a Faixa de Gaza.
“A campanha de vacinação não será viável por si só, tendo em conta a falta de saneamento, água potável, produtos de higiene pessoal e a disseminação de esgotos entre as tendas dos deslocados”, alertou o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.
O caso de poliomielite detectado em 16 de agosto – o primeiro na Faixa de Gaza em 25 anos – já causou a paralisia do bebê de 10 meses, não vacinado, cuja vida corre perigo, informou o secretário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos.
Philippe Lazzarini pediu uma pausa nos combates para a realização da campanha com segurança.
Em 19 de julho, a OMS confirmou a descoberta do poliovírus em amostras ambientais que recolheu em Gaza, o que despertou o receio de um surto no enclave.
Além da poliomielite, há elevada incidência de doenças infecciosas da pele, bem como de diarreia e um surto de mais de 40 mil casos de hepatite A, que se propagou especialmente em campos de deslocados superlotados.
da redação FM News Rondônia