Bandeira vermelha vai elevar conta de luz em até 13%. Veja impacto na inflação

Bandeira vermelha vai elevar conta de luz em até 13%. Veja impacto na inflação

              Percentual depende, entre outros fatores, da utilização média de cada consumidor





          
Contas de luz ficarão mais caras por causa da seca que afeta os reservatórios das hidrelétricas — Foto: 15-08-2023

Porto Velho, Rondônia - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) surpreendeu, na última sexta-feira, ao anunciar o acionamento da bandeira vermelha patamar 2. Com o anúncio, economistas ouvidos pelo GLOBO esperam uma alta na conta de luz que pode variar entre 10% e 13% este mês. O percentual depende, entre outros fatores, da utilização média de cada consumidor.

A bandeira vermelha 2 é a mais alta da escala, que começa com verde, depois amarela e vermelha 1 e 2. O aumento da tarifa sinaliza ao consumidor a necessidade de reduzir o consumo. Ela foi acionada por causa do nível baixo de alguns reservatórios e da necessidade de ligar mais termelétricas, que têm custo maior de geração de energia. A decisão da Aneel surpreendeu, entre outros fatores, porque a agência passou a bandeira de verde diretamente para o nível mais alto.

Meta ameaçada

Com a bandeira vermelha no patamar 2 haverá um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, com impacto direto na inflação — que pode fechar o ano acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central. O centro da meta deste ano é de 3%, com piso de 1,5% e teto de 4,5%.

A inflação acumulada nos últimos 12 meses até julho bateu 4,5%, ou seja, o teto da meta. Pelo Boletim Focus divulgado ontem, a projeção para o IPCA de 2024 subiu pela sétima semana seguida, passando de 4,25% para 4,26%, ainda sem considerar o efeito da bandeira vermelha nas contas de luz.

Para o economista da Terra Investimentos Homero Guizzo, haverá uma alta em torno de 13% no preço da energia em setembro. Isso colocará mais 0,52 ponto percentual ao IPCA deste mês. Ele prevê que o índice de inflação fechará setembro em 0,72%.

Responsável pela área de inteligência da PSR Consultoria, Mateus Cavaliere avalia que a conta terá uma elevação média em torno de 10% este mês:

— Se considerarmos uma residência com um consumo médio de 200 kWh/mês, a conta de luz sairia de R$ 147 para R$ 163, um aumento de R$ 16 — explicou.

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, prevê um aumento de 12% na conta este mês. Para ele, a bandeira não deve voltar para verde neste ano:

— Até o fim do ano, poderemos ir, na melhor das hipóteses, para bandeira amarela, o que deixaria a conta apenas 3% mais cara do que na bandeira verde. Se ficar em bandeira vermelha 2 até o fim do ano, o IPCA de 2024 vai ficar acima do teto da meta — disse Leal.

Já o economista da ASA Investments Leonardo Costa espera um aumento médio de 11,5% na tarifa de energia residencial em setembro. Ele atribui sua estimativa à seca que atinge praticamente todo o país:

— A seca pior do que o esperado justificou a elevação do preço da energia elétrica — afirmou, acrescentando que era esperada bandeira amarela para o mês, não a vermelha.

Sócio da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto projeta uma alta de 0,43 ponto percentual na inflação deste mês. Porém, ele acredita que é viável um retorno da bandeira vermelha para a amarela até o fim deste ano, o que reduziria boa parte desse impacto:

— Ainda não alteramos nossa projeção do ano (IPCA de 4,1%), pois vamos avaliar melhor essa questão hidrológica a fim de definir qual será a premissa de bandeira para o final do ano.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, projeta uma inflação de 2024 em 4,45%, bem perto da meta. Sua estimativa de inflação em setembro aumentou de 0,31% para 0,63%:

— Esperamos que a bandeira vermelha 2 vai se repetir em outubro e voltará para amarela nos meses de novembro e dezembro — afirmou Andréa.

Mercado livre

Maikon Perin, especialista da Ludfor Energia, acredita que o acionamento de bandeira vermelha 2 terá como consequência um reajuste superior a 10%. em setembro.

Perin destaca que, apesar de os preços do mercado livre de energia estarem elevados se comparados com períodos anteriores, o acionamento da bandeira vermelha patamar 2 estimula a migração das unidades consumidoras para esse ambiente de negociação mais competitivo.


Fonte: O GLOBO

da redação FM Alô Rondônia

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