Com a possível medida, os consumidores devem continuar pagando uma tarifa extra na conta de luz
O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval de Araujo Feitosa, afirmou nesta quarta-feira, 18, que a bandeira tarifária de energia elétrica tende a se manter vermelha ou amarela até o final do ano. Com a possível medida, os consumidores devem continuar pagando uma tarifa extra na conta de luz. “A estimativa não fizemos ainda, mas há grande tendência de que [a bandeira] permaneça entre amarela e vermelha até o final do ano”, disse o diretor.
No final de agosto, a agência anunciou o acionamento da bandeira vermelha patamar 2 pela primeira vez em três anos. A tarifa extra é ativada sempre que há risco hidrológico, ou seja, quando os reservatórios de água do país estão abaixo dos limites esperados. Entretanto, dias depois, o valor foi corrigido após ajustes do Programa Mensal de Operação pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) e o patamar passou para 1.
Na bandeira vermelha patamar 1 são cobrados R$ 4,463 para cada 100 quilowatt-hora consumidos. Segundo a agência, o cenário de escassez das chuvas e altas temperaturas, faz com que as termelétricas passem a operar mais.
Criado em 2015, as bandeiras tarifárias indicam os custos da geração de energia no país. O indicador considera fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, avanço das fontes renováveis e o acionamento de fontes de geração mais caras, como as termelétricas, por exemplo.
Durante o Seminário Nacional dos Consumidores de Energia, nesta quarta, o diretor comentou, ainda, sobre os impactos do aumento da conta de energia na inflação.
“Nossa preocupação com relação à conta de energia elétrica, ela vai desde o consumidor hipossuficiente, na sua grande maioria, como também dos grandes consumidores. Porque a economia real é feita com provimento de bens e serviços a sociedade, se a conta de energia elétrica está cara para indústria, o serviço todo vai ser caro para a sociedade e aí teremos os efeitos para a inflação”, disse.
Queimadas
Nesta quarta, a AGU (Advocacia-Geral da União) criou um grupo para articular a responsabilização de crimes ambientais em todo o território nacional. O texto também estabelece que o órgão poderá atuar como assistente de acusação em ações penais ambientais, em articulação prévia com o Ministério Público Federal, em casos de grande impacto.
Atualmente, o país enfrenta uma onda de queimadas em diversas regiões. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontam que apenas nos 17 primeiros dias de setembro, 1.785 focos de incêndio foram registrados no país.
Por: Giovana Cardoso, do R7, em Brasília
Fonte: R7.com