Sem intensidade e mal defensivamente, equipe treinada por Tite fez uma de suas piores atuações
Leo Ortiz disputa a bola com Charles na derrota do Flamengo para o Corinthians — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Porto Velho, Rondônia - É consenso entre os torcedores do Flamengo que a pausa para o período de compromissos das seleções chega no melhor momento possível. E não só pela oportunidade de descansar e recuperar jogadores em meio a uma sequência de desfalques por lesões que parece interminável. Mas também porque será uma chance para a comissão técnica avaliar a queda de rendimento. A derrota por 2 a 1 para o Corinthians — fora dos planos para uma equipe que pretende disputar o título — intensifica um alerta que já está ligado há semanas.
Salta aos olhos a dificuldade do Flamengo no último mês. A derrota deste domingo foi a quinta no período. Nos últimos nove compromissos, o time ainda teve um empate e apenas três vitórias — sendo apenas uma no Brasileiro.
Vale lembrar que o Flamengo encerrou julho na liderança do campeonato. Desde então, deixou escapar 11 de 15 pontos — aproveitamento de 26,6%. No returno, é apenas o 14º colocado, com sete.
O desempenho sabotou a participação na corrida pelo título. Agora, o Flamengo observa o líder Botafogo de longe. É o quarto colocado, com 44 pontos, a seis do alvinegro. O que não seria de todo problemático não fosse o fato de ser o clube com maior orçamento do país e um elenco repleto de talentos individuais.
O jogo contra o Corinthians foi exemplar no sentido de mostrar os problemas que levaram o Flamengo a esta situação. Com a bola nos pés, as ausências de Arrascaeta e De La Cruz já representavam, por si só, um problema para a criação. Para completar, a baixa intensidade prejudicou a capacidade de chegar à área do Corinthians com chances reais de gol. Bruno Henrique e Luiz Araújo, normalmente aqueles que trazem velocidade pelos lados, não estavam numa boa tarde.
O Flamengo teve mais posse (57%) e até rondou a área dos donos da casa. Mas não levou muito perigo. Não à toa, seu único gol foi de pênalti, marcado após a bola chutada por Varela ser desviada no braço de José Martinez. Recuperado de lesão, Pedro empatou aos 37 do primeiro tempo.
Naquele momento, as falhas defensivas já gritavam. O erro de David Luiz, que permitiu a bola chegar nos pés de Yuri Alberto, roubou os holofotes no lance do primeiro gol corintiano. Mas não foi o único. Talles Magno, que iniciou a jogada, percorreu o gramado inteiro sem ser incomodado até abrir o placar de cabeça, aos 25. O atacante, que deveria ter sido marcado por Luiz Araújo, não precisou nem pular.
Na etapa final, o Flamengo ameaçou ainda menos e seguiu dando espaços atrás. A liberdade de Garro para distribuir bolas impressionou. Já era assim no primeiro tempo. Tite não corrigiu e pagou o preço. Aos 14, o argentino acionou Romero, que infiltrou a área diante de um Varela apático e concluiu, livre, na saída de Rossi.
Incapaz de reagir diante de um Corinthians que, após o segundo gol, fez de tudo para não deixar o jogo correr, o Flamengo ainda voltou a ser assombrado pelo fantasma das lesões. Varela deixou o campo com dor no quadril. David Luiz, na coxa. Os dois serão reavaliados.
De quebra, o estreante Carlos Alcaraz ainda foi expulso no fim. O argentino, que entrara na volta para o segundo tempo, não fazia uma partida ruim. Mas envolveu-se numa briga generalizada nos últimos minutos.
Fonte: O GLOBO
da redação FM Alô Rondônia