Na mira da Interpol, amiga foragida de Gusttavo Lima quebra silêncio sobre acusação: 'Erro'

Na mira da Interpol, amiga foragida de Gusttavo Lima quebra silêncio sobre acusação: 'Erro'

 Aislla Sabrina Rocha e o marido, José André Rocha Neto, sócios da casa de apostas Vai de Bet, são alvo de mandado de prisão na Operação Integration; cantor é suspeito de acobertá-los


Aislla Sabrina Rocha posa em iate na Grécia, onde celebrou aniversário de Gusttavo Lima — Foto: Reprodução/Instagram

Porto Velho, Rondônia - Considerada foragida pelas autoridades brasileiras e incluída na difusão vermelha da Interpol, Aislla Sabrina Rocha fez o primeiro post nas redes sociais desde que a Operação Integration foi deflagrada. Ela e o marido, José André Rocha Neto, são sócios da Vai de Bet, uma das casas de aposta investigadas por lavagem de dinheiro. Apesar da ordem de captura, os dois não se entregaram. Pelo Instagram, Aislla afirma que a família foi acusada "injustamente" e confirmou estar longe dos filhos.

Em 4 de setembro, dia em que a operação foi deflagrada, Gusttavo Lima, Rocha Neto e Aislla estavam na Grécia, num iate de luxo, para celebrar aniversário do cantor. Rocha Neto e Aislla viajaram no avião do sertanejo de Goiânia até o país europeu. Em 7 de setembro, a aeronave retornou ao Brasil, sem o casal a bordo. As autoridades apuram se o cantor agiu para acobertar os amigos, o que ele nega, e suspeitam que o casal tenha ficado na Europa. Aislla postou que não teve chance de se defender.

"Os últimos dias foram difíceis e dolorosos, cheios de acusações e injustiças, mas o mais desafiador foi a distância dos meus filhos", escreveu ela, na publicação, à qual acrescentou versículos bíblicos e agradecimentos a amigos e parentes. "Jamais imaginei passar por algo assim: ser acusado injustamente de algo que não fiz, sem qualquer chance de defesa ou explicação".

Na postagem, Aislla disse que a operação "não tem qualquer relação" com a Vai de Bet ou com o casal. Segundo ela, o que ocorreu foi um "erro de interpretação" da Justiça pernambucana.

"Ao investigar uma banca de jogo do bicho e uma casa de apostas em Recife, que usa o mesmo método de pagamento que o nosso, os investigadores deduziram que éramos 'laranjas' dessa casa de apostas — que, por sinal, é nossa concorrente. Primeiro nos acusam e prendem, para só depois descobrirem a verdade: nunca estivemos envolvidos com jogos irregulares", destacou, sem citar diretamente a Esportes da Sorte, outro alvo da Operação Integration.

A mulher afirmou que a casa da família foi invadida e que os filhos estão sem ir para a escola. Tudo, segundo ela, "sem razão". Aislla disse que sua empresa atua com "esforço e honra" e é um "orgulho" para o país por promover o "jogo responsável" e empregar centenas de pessoas.

Foragidos

Para policiais, José e Aislla, ao deixarem Atenas, podem ter ido para Cavala, também em território grego, ou para as Ilhas Canárias, na Espanha. Essas foram as duas localidades em que o voo de volta, com Gusttavo Lima a bordo, fez escalas.

Após decretar a prisão preventiva de Gusttavo Lima, na tarde desta segunda-feira, a juíza Andrea Calado da Cruz, do TJPE, afirmou que o cantor demonstrou “alarmante falta de consideração pela Justiça” ao, conforme sustentam policiais, dar “guarida a foragidos”. Ele é suspeito de ajudar na "fuga" dos dois investigados.

Gusttavo Lima é sócio da Vai de Bet, de acordo com decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco publicada nesta segunda-feira. Conforme a sentença que determina a prisão do artista, ele comprou 25% da casa de apostas online.

"NIVALDO BATISTA LIMA adquiriu uma participação de 25% na empresa Vai de Bet, o que acentua ainda mais a natureza questionável de suas interações financeiras. Essa associação levanta sérias dúvidas sobre a integridade das transações e a legitimidade dos vínculos estabelecidos", diz trecho da decisão judicial. Gusttavo também é garoto-propaganda da casa de apostas.

Rocha Neto é um empresário da Paraíba, dono de pelo menos mais uma empresa associada a Gusttavo Lima: a JMJ, que realizou a compra de um avião que pertencia à Balada Eventos e Produções, empresa do cantor. Segundo reportagem do Fantástico, da TV Globo, a Balada participou da lavagem com empresas de Rocha Neto. O CNPJ ligado ao cantor teve R$ 20 milhões, além de imóveis e embarcações, bloqueados pela Justiça.

"Determino a Difusão Vermelha (Red Notice) dos mandados de prisão de Rayssa Ferreira Santana Rocha, Thiago Lima Rocha, José André da Rocha Neto, Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha e Edson Antônio Lenzi Filho junto à Interpol", destaca trecho da decisão judicial.

Em nota, a defesa do empresário afirmou que não há qualquer indício da participação dele em atos ilícitos e que o patrimônio é “declarado e regular”. Já o advogado de Gusttavo Lima disse em nota que a Balada “apenas vendeu um avião a uma das empresas investigadas”.

Para a juíza do TJPE, a ausência do casal no retorno com Gusttavo “indica de maneira contundente que optaram por permanecer na Europa para evitar a Justiça”. E, além disso, Andréa afirma que, se tiver participado da evasão de José e Aislla, conforme indica a polícia, Gusttavo agiu com “conivência”, o que “compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”. Na mesma decisão, a magistrada diz que os jogos “destroem famílias”.

Entenda Operação Integration, que prendeu Deolane Bezerra

A empresária, advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa na operação "Integration" da Polícia Civil de Pernambuco contra uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. A prisão aconteceu na manhã do dia 4 de setembro, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

As investigações da operação iniciaram em abril de 2023. Além da prisão dela, foram expedidos mais outros 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba e Goiânia.


Fonte: O GLOBO

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