Com um investimento total de R$ 100 milhões, a planta incorpora novas tecnologias para descaracterizar equipamentos de médio e grande porte, como fogões, máquinas de lavar e micro-ondas. Além disso, processa resíduos de linhas marrom, azul e verde, garantindo que materiais como plástico, ferro, alumínio, cobre, latão, placas eletrônicas e inox sejam reinseridos no mercado por meio da economia circular.
Segundo Marcelo Oliveira, Head da unidade de mineração urbana da Ambipar Environment, o projeto é estratégico tanto para o meio ambiente quanto para a indústria. “O nosso objetivo é contribuir com a redução da emissão dos gases de efeito estufa na atmosfera e a contaminação do solo. O processo de recuperação e tratamento adequado desse tipo de resíduo permite preservar os recursos naturais e evita a extração de novas matérias-primas necessárias para a indústria”, explicou.
Uma das inovações destacadas é o sistema de segurança na manipulação de dispositivos que armazenam dados sigilosos, como celulares e computadores. Durante o processo de manufatura reversa, os aparelhos são triturados em partículas de 1 a 8 milímetros — ou até 35 milímetros no caso de outros eletrônicos —, garantindo a destruição completa dos dados. Esse processo é monitorado e auditado, reforçando a confiabilidade para os clientes.
Desafios da economia circular no Brasil
A ampliação da planta está alinhada aos objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelece metas para fabricantes e importadores no recolhimento de resíduos. Até 2025, o índice de coleta deverá alcançar 17% do volume comercializado em 2018.
O Brasil enfrenta desafios significativos nesse setor. De acordo com o Monitor Global de E-lixo da ONU, o país gerou 2,4 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2022, reforçando a urgência de iniciativas como a da Ambipar para reduzir impactos ambientais e promover o reaproveitamento de recursos.