EDITORIAL
A situação com Júnior Gonçalves, chefe da Casa Civil, certamente será resolvida como gestor, não como fuxiqueiro
Porto Velho, RO – O governador de Rondônia Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, conhece seus aliados e parceiros. E caso houvesse alguma pretensão de trocá-los, certamente conversaria pessoalmente com cada um deles antes. Apesar de deter o poder da caneta, qualquer homem público com decência e caráter, assim como Rocha demonstrou inúmeras vezes, certamente não agiria pelas costas de quem quer que seja. Muito menos usaria a imprensa amestrada para fazer “jogo sujo”. Isso não é coisa sequer de homem.
Quanto mais de homem público.
Ao vestir a farda e ir ao Orgulho do Madeira para enfrentar, pessoalmente, o crime organizado, o militar chefe do Estado demonstra de forma cabal e empírica que não é dado a fuxicos. Não entrega mensagem por terceiros e, de forma subsequente, que a covardia não lhe veste
Independentemente do problema, defenestrar Júnior Gonçalves na surdina, plantando – ou convalidando o ato de plantarem –, notícias e notinhas em sites, preparando o terreno para tomar uma decisão administrativa certamente não condiz com a envergadura moral do político reeleito em 2022.
Isto, com aprovação suficiente para bater o popular Marcos Rogério, do PL, senador da República. Com seus arroubos de direita e falas pomposas, Rogério foi levado à lona por Marcos Rocha tanto no primeiro quanto no segundo turno.
E foi justamente a postura de moderação, atualizada em sua versão mais moderna, bem melhor que aquela de 2018, que alcançou o resultado vitorioso.
Mas não sem parceiros estratégicos de primeira ordem, como… Júnior Gonçalves.
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FALANDO SÉRIO
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OPINIÃO DE PRIMEIRA
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A VERDADE QUE DÓI
- O Orgulho do Madeira depois!
Gonçalves, como qualquer ser humano, tem defeitos. É vaidoso demais. Exagerado. Tem aquele quê de coach que causa nariz torcido por parte de quem não é dado a puxar saco. A realidade é essa.
Mas foi e é leal. Maior prova disso foi quando o deputado Luizinho Goebel, do Podemos, traiu o governador Coronel Marcos Rocha para andar com Marcos Rogério. E ele era, à época, líder do governo, assumindo a função em março de 2021, e a entregando após o primeiro turno do pleito do ano seguinte, sacramentando o ato de perfíria. Portanto, Marcos Rocha e Júnior Gonçalves conhecem muito bem o conceito de infidadelidade e compreendem as sequelas disso.
Naquela ocasião, após o abandono do barco patrocinado por Goebel, o chefe da Casa Civil ficou indignado, revoltado, e com razão. Largar um grupo vitorioso para rumar com uma promessa vã foi um resvalo gritante, passível, sim, de desgosto. Quem veste a camisa, se enraivece. É natural.
Nesta altura do campeonato, então, não é possível acreditar que a política administrativa de um dos estados mais pujantes do Brasil seja tratada com tamanha infantilidade.
É por isso que o Informa Rondônia não descarta — porque tudo é possível –, mas não se entrega, de plano, a onda de boataria. É no mínimo ridículo crer num enredo ficcional digno de novela mexicana nos bastidores do Poder. Sugerindo, de forma surreal, que Rondônia, uma das unidades da federação mais importantes do Brasil, é regida por mexericos.
Na visão deste jornal eletrônico, o governador, caso queira contratar ou demitir alguém tem todo o direito. É prerrogativa dele.
Agora, se houver qualquer pingo de realidade nessas ladainhas textuais jogadas ao léu em noticiosos-cachorros, da Série-C do jornalismo, aí é caso a ser analisado, minuciosamente, em outro editorial.
Por ora, vale acreditar que Rocha é exatamente quem demonstra, e, independentemente da decisão, ele próprio irá tomá-la, aceitar as consequências e trilhar seu futuro político com base nelas. A questão não é defender Júnior Gonçalves nem criticar o governador. O caso é avaliar o método. E o método diz tudo sobre quem manda ou não.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA
da redação F/M