ONU alerta para agravamento da situação humanitária em Goma, no Congo

ONU alerta para agravamento da situação humanitária em Goma, no Congo

                     Cidade foi tomada pelo Movimento 23 de Março, após confrontos


       JEAN BIZIMANA/REUTERS/PROIBIDA A REPRODUÇÃO


O coordenador da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Democrática do Congo (RDC), Bruno Lemarquis, alertou que a cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, enfrenta situação humanitária “extremamente grave” na sequência dos combates.

Situada no norte da RDC, a cidade foi tomada pelo Movimento 23 de Março (M23) na segunda-feira (27), após vários dias de intensos confrontos bélicos.

“A situação humanitária é extremamente grave em Goma e exige atenção imediata da comunidade internacional. Em nome da comunidade humanitária na RDC, apelo ao respeito pelo direito humanitário internacional e à proteção dos civis por todas as partes”, afirmou Lemarquis nas redes sociais.

Ele advertiu que Goma enfrenta necessidades humanitárias, enquanto a capacidade de resposta está “gravemente afetada” e as instalações médicas encontram-se lotadas.

Entre 23 e 28 de janeiro, afirmou Lemarquis, os hospitais da cidade – apoiados pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – trataram mais de mil feridos.

“Muitos feridos civis foram vítimas de tiros e de explosões de artilharia pesada”, disse.

Lemarquis avisou que os necrotérios da cidade de Goma “estão transbordando” e que os corpos foram “abandonados” nas ruas da cidade, representando risco para a saúde dos sobreviventes.

Um dirigente da sociedade civil local disse à agência de notícias espanhola EFE que pelo menos 111 corpos de civis, rebeldes e soldados foram recolhidos entre quarta-feira e quinta-feira desta semana nas ruas da cidade.

Por outro lado, Lemarquis denunciou que vários centros de saúde e armazéns foram saqueados, o que compromete a resposta humanitária.

Esses ataques, que, segundo o comissário, visaram o material armazenado das agências da ONU e das organizações não governamentais humanitárias, implicaram a perda de quantidades significativas de alimentos, medicamentos e equipamento médico essencial.

O representante da ONU alertou também para o fato de os serviços básicos em Goma terem sido paralisados, já que a distribuição de eletricidade e de água potável foi cortada durante vários dias, obrigando a população a recorrer diretamente à água não tratada do Lago Kivu, expondo milhares de pessoas ao risco de contrair doenças como a cólera.

O coordenador apelou ainda à “recuperação imediata e sustentada” das operações no aeroporto internacional de Goma, que está sob controle do M23 desde terça-feira.

A atividade armada do M23 recomeçou em novembro de 2021 com ataques contra o Exército de Kinshasa, apoiado por milícias aliadas, no Kivu do Norte e, desde então, avançou em várias frentes até chegar a Goma, a capital da região onde vivem 2 milhões de habitantes.

Desde 1998, o leste da RDC enfrenta um conflito entre milícias e o Exército, apesar da presença da missão de manutenção de paz da ONU (Monusco).

Por LUSA - 20

da redação FM News Rondônia


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