A prioridade de soltura será para mulheres, crianças, idosos e doentes
Os 33 reféns deverão ser devolvidos na primeira fase do acordo de cessar-fogo em Gaza. Reprodução/The Times of Israel
O governo de Israel notificou nesta sexta-feira (17) a família dos 33 reféns que devem ser libertados na primeira fase do cessar-fogo entre as forças israelenses e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza.
Os reféns, de acordo com os termos do acordo, devem ser entregues às autoridades israelenses num período de 42 dias. A prioridade de soltura será para os casos “humanitários”, como classificou a notificação do governo. Fazem parte deste grupo mulheres, crianças, idosos e enfermos.
Os terroristas do Hamas não informaram quantos reféns estão vivos dentre os 33 prisioneiros, embora a inteligência militar de Israel estime que a maioria dos capturados estejam vivos. Interlocutores do governo de Benjamin Netanyahu afirmaram ao jornal The Times of Israel que o gabinete de guerra insistiu em receber primeiro os reféns vivos, com os corpos sendo devolvidos na fase final.
A ordem de liberação dos reféns ainda não foi divulgada. Contudo, os prisioneiros devem ser identificados pelo governo israelense 24 horas antes de cada liberação.
O cronograma para a libertação dos reféns prevê o retorno de três presos no primeiro dia do cessar-fogo e mais quatro no sétimo dia. Em seguida, três reféns serão libertados semanalmente ao longo de quatro semanas. Na sexta e última semana da primeira fase, 14 prisioneiros serão devolvidos.
A lista inclui dez mulheres acima de dezoito anos e duas crianças, uma de cinco e outra de dois anos. Outros 11 homens com menos de 50 anos também estão entre os reféns. O final da lista divulgada pelos terroristas do Hamas compõe também dez homens com mais de cinquenta anos. O mais velho, Oded Lifshitz, tem 84 anos.
No início do mês, uma lista de possíveis reféns foi divulgada por um veículo de mídia saudita. A única pessoa que estava na lista do veículo e que não está na lista de libertação oficial é Youssef Hamis Ziyadne, 54, que foi confirmado na semana passada como morto em cativeiro pelo Hamas, cujo corpo foi recuperado pelas forças israelenses.
Além das 33 pessoas que aparecem na lista, outras 65 estão detidas pelo Hamas, muitas delas consideradas mortas por Israel. O corpo das vítimas deve ser devolvido na segunda fase do cessar-fogo, que ainda não teve as negociações iniciadas.
Na segunda fase, cujas negociações começariam 16 dias após o início do cessar-fogo, os reféns vivos restantes — soldados homens e homens civis mais jovens — seriam liberados. Além disso, os restos mortais de reféns que perderam a vida seriam enviados a Israel.
Em troca, Israel liberaria prisioneiros e detidos palestinos, incluindo condenados a longas penas por atos terroristas. Contudo, a agência Reuters e outras fontes afirmam que combatentes do Hamas que participaram do ataque a Israel em 7 de outubro de 2023 não seriam liberados.
Israel afirmou que só retirará totalmente suas tropas de Gaza quando todos os reféns forem liberados. Conheça os reféns presos em Gaza:
Liri Albag, 19 anos
Apesar de não estar na lista divulgada pelas Forças Armadas de Israel de menores de idade sequestrados, Albag é apontada pela BBC como uma das mulheres levadas pelo grupo em 7 de outubro. Albag, segundo o jornal israelense, havia terminado o treinamento como soldado poucos dias antes do ataque e estava no novo trabalho havia apenas três dias. Sua família disse que ela conseguiu transmitir mensagens através de reféns libertados, informou a BBC.
Naama Levy, 20 anos
Um vídeo divulgado pelo Hamas e que circula nas redes sociais mostra a jovem sendo colocada em um jipe, com as mãos amarradas nas costas. Segundo sua mãe, Levy tinha iniciado há pouco tempo o serviço militar.
Agam Berger, 20 anos
Foi levada de Nahal Oz para a Faixa de Gaza pelo Hamas. Vídeos divulgados pelo grupo mostram a jovem sendo sequestrada.
Daniella Gilboa, 20 anos
Soldado, a jovem estava no kibutz Nahal Oz no momento em que ele foi atacado pelo grupo, no dia 7 de outubro. Segundo a BBC, ela teria pedido à mãe para que rezasse por ela. Em janeiro de 2024, o Hamas divulgou um vídeo no qual a jovem aparecia ao lado de outras duas reféns, Doron Steinbrecher, de 30 anos, e Karina Ariev, de 20.
Karina Ariev, 20 anos
Soldado, servia na base militar de Nahal Oz, próxima à Faixa de Gaza, quando foi sequestrada. A jovem ligou para a irmã, Alexandra, no momento do ataque. Segundo relato da Alexandra à BBC, era possível ouvir tiros no outro lado da linha e, mais tarde, ela viu um vídeo de Ariev sendo levada em um veículo.
Romi Leshem Gonen, 24 anos
Foi sequestrada durante o ataque ao festival de música Supernova. Segundo a BBC, ela estava no celular com a mãe, Merav Leshem Gonan, enquanto tentava fugir. Ela teria implorado por ajuda depois de ter sido baleada, contou a mãe à rede britânica. O celular da jovem foi localizado no enclave palestino, segundo a ABC News. Merav discursou no Conselho de Direitos Humanos da ONU em junho quando apelou pela ajuda internacional para libertar os reféns.
Emily Damari, 28 anos
Tem nacionalidade britânica-israelense. Foi sequestrada no kibutz Kfar Aza. Sua mãe, Mandy, disse em um evento memorial em Londres, no dia 6 de outubro de 2024, que reféns libertados disseram ter tido contato com Emily no cativeiro, informou a BBC.
Arbel Yahod, 29 anos
Morava no kibutz Nir Oz, onde foi sequestrada juntamente com o namorado Ariel Cunio, informou a BBC. Foi levada para a Faixa de Gaza durante o ataque terrorista do Hamas, segundo o Times of Israel.
Doron Steinbrecher, 31 anos
Veterinária, morava em um apartamento no kibutz Kfar Aza. Foi sequestrada no local e chegou a encaminhar uma mensagem de voz aos amigos, por volta de 10h30 do dia 7 de outubro, antes de ser levada para o enclave palestino: “Eles chegaram, eles me pegaram.”
Shiri Bibas, 33 anos
Do kibutz Nir Oz, casada com com Yarden, 33 anos. Tem dois filhos: Kfir Bibas, de 1 ano, e Ariel, de 4 anos. Segundo a BBC, acredita-se que todos da família tenham sido sequestrados. Em uma imagem, Shiri aparece segurando Ariel e Kfir cercada por homens armados. Seus pais, Yossi e Margit Silberman foram mortos durante o ataque.
Kfir Bibas, 2 anos
Segundo a BBC, acredita-se que tenha sido sequestrado do kibutz Nir Oz. Filho de Shiri Bibas e Yarden.
Ariel Bibas, 5 anos
Morador do kibutz Nir Oz. Filho de Shiri e Yarden Bibas e irmão de Kfir Bibas. Toda sua família foi sequestrada e seus avós foram mortos durante o ataque terrorista.
Omer Shem Tov, 22 anos
Sequestrado no festival de música Supernova, tinha conseguido fugir em seu carro, mas foi levado enquanto tentava ajudar dois amigos, Maya e Itai Regev. Libertados na trégua temporária de novembro de 2023, os irmãos Regev disseram que estavam com Omer no cativeiro, informou a BBC.
Hisham al-Sayed, 36 anos
Diferentemente dos outros reféns na lista, o beduíno árabe-israelense al-Sayed foi capturado em 2014. De acordo com o jornal israelense Haaretz, Hisham tem transtornos mentais. O veículo explica que o nome de Hisham e o sofrimento de sua família voltaram na esteira do ataque terrorista do Hamas em outubro de 2023 e que, naquele mesmo mês, o governo reconheceu oficialmente sua família como vítima de terrorismo. O grupo extremista alega que Hisham é soldado, mas a ONG Human Rights Watch afirma que ele é um civil isento do serviço militar, informou a BBC.
Avera Mengistu, 38 anos
Assim como Hisham al-Sayed, Avera, um cidadão etíope-israelense, também detido há quase uma década pelos terroristas do Hamas em Gaza, após ter sido sequestrado em 2015. Ele também tem transtornos mentais. Da mesma forma como ocorreu com a família de Hisham, os familiares de Avera só voltaram a repercutir após o ataque terrorista do Hamas em outubro de 2023. O Hamas alega que Avera é soldado, mas a ONG Human Rights Watch afirma que ele é um civil isento do serviço militar, informou a BBC.
Omer Wenkert, 23 anos
Foi sequestrado durante o festival de música Supernova. Segundo a BBC, ele enviou uma mensagem à família dizendo que estava indo para um abrigo seguro, mas depois eles perderam o contato. A família afirma que viu o jovem em um vídeo publicado pelo Hamas e em uma foto, no qual ele aparece algemado e vestindo apenas cueca.
Elia Cohen, 27 anos
Foi sequestrado durante o festival de música Supernova, em 7 de outubro. A BBC disse que ele e a namorada inicialmente tentaram se esconder dos combatentes em um abrigo, mas que Elia foi descoberto e sequestrado.
Alexander (Sasha) Tropanov, 29 anos
É russo-israelense. Foi sequestrado com sua namorada Sapir Cohen no kibutz Nir Oz. A mãe e a avó de Sasha, Yelena e Irena Tati, respectivamente, também foram sequestradas. Seu pai, Vitali Trupanov, morreu no ataque. Sapir, Yelena e Irena foram libertadas na trégua de novembro de 2023.
Or Levy, 34 anos
Foi sequestrado enquanto fugia do ataque ao festival de música Supernova. De acordo com a BBC, Or tentou fugir com a mulher, Eynav, e ligou para a mãe para dizer que eles estavam escondidos em um abrigo antiaéreo. Mais tarde, continuou a rede britânica, as forças israelenses disseram à família dele que o corpo de Eynav havia sido encontrado no abrigo e que Or tinha sido sequestrado.
Yarden Bibas, 35 anos
Foi sequestrado no kibutz Nir Oz juntamente com a mulher, Shiri, e os dois filhos, Ariel e Kfir. Em novembro de 2023, o Hamas afirmou que o pequeno Kfir, seu irmão e a sua mãe morreram em um bombardeio israelense em Gaza. Em entrevista à TV em junho, citada pela BBC, o ministro israelense Benny Gantz sugeriu que o governo sabia o que tinha acontecido com os membros da família Bibas, mas que não podia fornecer detalhes.
Chen Sagi Dekel, 36 anos
Cidadão israelense-americano, está desaparecido desde o ataque do Hamas ao kibutz Nir Oz. Desde seu sequestro, sua mulher, Avital, deu à luz ao terceiro filho do casal, uma menina chamada Shahar.
Tal Shoham, 39 anos
Foi sequestrado no kibutz Be’eri. Sua mulher, Adi, seus dois filhos e sua sogra, Shosham Haran, também foram sequestrados, mas libertados em novembro de 2023. Seu sogro, Avshalom, foi morto durante o ataque.
Yair Horn, 46 anos
Cidadão argentino, foi sequestrado com o irmão, Eitan, no kibutz Nir Oz. Segundo seu pai, Itzik, ao Times of Israel, Eitan e Yair eram tios muito envolvidos na criação e vida de seus sobrinhos.
Ohad Yahalomi, 50 anos
Foi sequestrado no kibutz Nir Oz juntamente com o filho Eitan, de 12 anos. A criança foi libertada durante acordo de cessar-fogo em novembro de 2023.
Tsachi Idan, 50 anos
Foi sequestrado em sua casa, no kibbutz Nahal Oz. Sua filha mais velha, Maayan (que tinha acabado de completar 18 anos), foi morta no ataque. Em agosto, a esposa de Tsachi, Gali, disse a uma rede americana que a última informação que teve do marido foi através de reféns libertados em novembro de 2023.
Eli Sharabi, 52 anos
Foi sequestrado no kibutz Be’eri com seu irmão, Yossi, cuja morte foi confirmada. A esposa de Eli e suas duas filhas foram mortas no ataque.
Ofer Kalderon, 54 anos
Foi sequestrado no kibutz Nir Oz junto com seus dois filhos, Erez e Sahar. Dois outros membros da família foram mortos no ataque terrorista. Em novembro de 2023, Erez e Sahar foram libertados.
Ohad Ben Ami, 56 anos
Foi sequestrado junto com sua mulher, Raz, no kibutz Be’eri, informou a BBC. Raz foi posteriormente libertada pelo Hamas.
Keith Siegel, 65 anos
Foi sequestrado junto com a esposa, Adrienne (mais conhecida como Aviva), no kibutz Kfar Aza. Aviva foi libertada durante a trégua de novembro de 2023.
Itzhk Elgarat, 70 anos
Foi sequestrado no kibutz Nir Oz. Durante um ataque, foi baleado na mão, informou a BBC. Seu telefone foi localizado em Gaza, acrescentou a rede britânica.
Gadi Mosez, 80 anos
Foi sequestrado no kibutz Nir Oz, onde trabalhava como especialista em agricultura. Sua parceira, Efrak Katz, foi morta no ataque. De acordo com a BBC, citando o jornal Times of Israel, a família do idoso disse que não tem informações dele desde dezembro de 2023, quando apareceu em um vídeo publicado pelo Hamas.
Oded Lifshitz, 84 anos
Jornalista aposentado, foi sequestrado no kibutz Nirr Oz. Sua esposa, Yocheved, também foi sequestrada, mas libertada em novembro de 2023.
Shlomo Mansour, 86 anos
Nascido no Iraque, foi sequestrado do kibbutz Kissufim, onde vivia e trabalhava como doméstico.
Internacional|Do R7