STF não pode julgar pessoas comuns, diz Marco Aurélio

STF não pode julgar pessoas comuns, diz Marco Aurélio

 

“Se o próprio guardião da Constituição não a respeita, quem a respeitará?” pergunta ministro aposentado do Supremo


Ministro aposentado do STF Marco Aurélio Mello, durante entrevista ao programa Jornal Gente, da                                                                      Rádio Bandeirantes/BandNews TV


O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurelio Mello afirmou nesta quarta-feira (19) que a Corte não tem competência constitucional para julgar pessoas comuns, como tem feito, e nem ex-ocupantes de cargos públicos. Ele explicou que o devido processo legal estabelece que pessoas comuns devem ser julgadas na Justiça de  primeira instância, estadual ou federal, até para a  garantia do direito a defesa e a recorrer contra erros de processo ou de julgamento, em grau de recurso.

O ministro disse que nem mesmo o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser julgado pelo STF porque essa prerrogativa – o “privilégio de foro” – é de autoridades no exercício da função. Assista abaixo a íntegra da entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes/TV BandNews.

“O Supremo deve atuar apenas nos processos-crime em que se tenha envolvida autoridade mencionada na Constituição Federal. Ex-presidente não goza da prerrogativa de ser julgado pelo Supremo. E também os cidadãos envolvidos no 8 de janeiro. Mas estamos vivendo uma época sem igual”, afirmou Marco Aurélio Mello aos jornalistas Pedro Campos, Thays Freitas, Sônia Blota e Cláudio Humberto.

“Se o próprio guardião da Constituição não a respeita, quem a respeitará?” indagou o ministro aposentado. Perguntado sobre se acredita que haverá no STF julgamento justo do caso da suposta tentativa de “golpe”, Mello afirmou que se tivesse de ser julgado por qualquer razão, não gostaria de ser julgado pela atual composição do tribunal.

Assista a íntegra da entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes/TV BandNews.




Tiago Vasconcelos
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