Policiais penais relatam que o secretário Marcos Rito não acompanha de perto a realidade dos presídios sob sua gestão
Foto: Reprodução Instagran
A Secretaria de Estado da Justiça de Rondônia (SEJUS), sob a gestão de Marcos Rito, tem sido alvo de críticas e denúncias relacionadas à precariedade dos serviços prestados. Diversos setores apontam que sua atuação é uma das mais frágeis da história do Estado, com episódios controversos envolvendo concessão de benefícios a presos de alta periculosidade, enfraquecimento do sistema prisional e falta de fiscalização adequada.
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Um dos casos que gerou maior repercussão envolve o detento Mauro José da Silva Neves, ligado à organização criminosa TDR01 (Tropa da Revolução). De acordo com o processo n.º 7001688-07.2024.8.22.0014, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Vilhena/RO, o grupo é responsável por crimes como tráfico de drogas, homicídios, roubos de veículos e comércio ilegal de armas. Apesar da gravidade dos delitos, Mauro José encontra-se em "Cela Livre", um benefício incomum para detentos com esse perfil.
Relatórios da Polícia Civil apontam que Ítalo Brendo Gomes Neves, filho de Mauro José, é um dos líderes da facção criminosa. Ítalo teria planejado um atentado no Fórum de Vilhena, contratado criminosos para executar rivais e participado de ameaças contra agentes públicos. As investigações revelam ainda seu envolvimento direto em homicídios e transferências financeiras relacionadas ao tráfico de drogas.
Outro caso que levanta questionamentos envolve Francisco Moreira de Melo e Alesson Bruno de Lima Silva, presos em janeiro de 2025 em Belém/PA, com sete quilos de ouro, acusados de lavagem de dinheiro. Em apenas dois dias após a entrada na unidade prisional, Alesson recebeu visita de familiares fora do prazo regular de triagem, com autorização do setor responsável. Ambos estão em "Cela Livre", apesar da gravidade dos crimes.
Policiais penais relatam que o secretário Marcos Rito não acompanha de perto a realidade dos presídios sob sua gestão. Afirmam que ele favorece determinados detentos com base em relações pessoais, enquanto outros apenados enfrentam condições mais rígidas. Além disso, há denúncias de conduta inadequada do secretário com servidores, incluindo episódios polêmicos envolvendo uma ex-adjunta e estagiárias da SEJUS.
A sobrecarga de trabalho e a falta de estrutura adequada também são motivos de reclamação entre os profissionais do sistema penal. O enfraquecimento da segurança nos presídios tem facilitado a ocorrência de fugas e a manutenção de regalias para criminosos de alta periculosidade.
As controvérsias envolvendo a gestão de Marcos Rito têm repercutido não apenas nos corredores governamentais, mas também em redes sociais e na imprensa. A crise na SEJUS coloca em dúvida a credibilidade do governo de Marcos Rocha, que já foi titular da pasta durante o governo Confúcio Moura e cuja atuação anterior foi um dos pilares de sua trajetória política.
A situação atual gerou pedidos para uma mudança urgente no comando da SEJUS, com o objetivo de restabelecer a ordem no sistema prisional e garantir maior segurança para a população de Rondônia. As denúncias e irregularidades em curso reforçam a necessidade de uma investigação aprofundada e medidas imediatas para solucionar os problemas da pasta.
Rondoniaovivo