Sérgio Gonçalves fala sobre exoneração do irmão; garante HEURO em 2025; e reafirma pré-candidatura ao Governo de Rondônia

Sérgio Gonçalves fala sobre exoneração do irmão; garante HEURO em 2025; e reafirma pré-candidatura ao Governo de Rondônia

 Entrevistado do podcast Resenha Política, titular da Sedec afirma que governo está unido e que entregará o novo hospital de urgência de Porto Velho ainda em 2025



Porto Velho, RO – O vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves (União Brasil), também secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), foi o convidado da mais recente edição do podcast Resenha Política, conduzido pelo analista político Robson Oliveira. Ao longo de mais de 30 minutos, Gonçalves respondeu perguntas sobre temas sensíveis, confirmou que é pré-candidato ao governo estadual e fez questão de abordar diretamente a exoneração de seu irmão, Júnior Gonçalves, do cargo de secretário-chefe da Casa Civil no governo Marcos Rocha.

“Não ficou nenhuma rusga. A leitura que eu faço é que ciclos iniciam e ciclos podem se encerrar”, afirmou o vice-governador, ao ser questionado se houve rompimento político com o governador após a saída do irmão do cargo. Para Sérgio, a exoneração representou apenas uma etapa natural no processo político-administrativo. “O Júnior Gonçalves, como chefe da Casa Civil, deu uma contribuição extremamente importante para o Estado. Ajudou a estabilidade governamental, política”, completou, ressaltando que a decisão de substituí-lo partiu de Rocha e foi respeitada.

Mesmo após a saída de Júnior da Casa Civil, Gonçalves garantiu que não houve ruptura entre ele e o governador. “Entre eu e o governador não ficou nenhuma ruptura”, disse. Ele afirmou ainda que Rocha já declarou apoio à sua pré-candidatura ao governo. “Tenho certeza que o governador vai me apoiar e eu, claro, que vou apoiá-lo.”

Com o nome cotado para assumir o Executivo estadual em 2026, Gonçalves poderá ser alçado ao cargo de governador ainda em 2025, caso Marcos Rocha deixe o Palácio Rio Madeira para disputar uma vaga no Senado Federal. Ao ser perguntado se, em caso de assumir o governo, nomearia novamente o irmão, foi categórico ao dizer que o foco atual é outro: “Agora, o foco, meu foco agora é nas entregas. A gente tem muita coisa, temos pessoas em fila de saúde aguardando atendimento, e o meu compromisso é em ajudar com essas pessoas.”


Disputa interna no União Brasil

Gonçalves reconheceu que há divergências dentro de seu partido, o União Brasil, especialmente em relação à possível candidatura do deputado federal Fernando Máximo ao mesmo cargo. No entanto, evitou tratar a situação como racha interno. “Eu não vejo divisão. Eu vejo, às vezes, divergências. Divergência de opinião é um processo natural. Isso pode acontecer, e divergência se resolve com diálogo”, disse.

Mesmo diante do impasse, o vice-governador reafirmou que permanecerá na sigla. “Não pretendo sair da União Brasil. Pretendo ser candidato na União Brasil”, declarou. Segundo ele, há tratativas em curso para pacificar a legenda: “Está em vias de [pacificação]. Eu acho que tem um diálogo que está acontecendo. Eu creio que tudo vai se acomodar e no final nós vamos ter a condição de estar muito fortes na campanha.”

Críticas sobre ICMS e falência da empresa da família

Outro tema abordado durante a entrevista foi o aumento da alíquota do ICMS, aprovado durante a atual gestão. Confrontado com a contradição entre o discurso de defesa do contribuinte e a prática fiscal do Executivo, Gonçalves justificou a medida como uma necessidade diante da perda de receitas estaduais no governo anterior. “O governador suportou e aguentou isso o máximo que deu. Mas chegou um ponto que não teve mais jeito”, afirmou, referindo-se à queda de arrecadação provocada por mudanças federais sobre o imposto dos combustíveis.

Questionado sobre a falência do Supermercado Gonçalves, empresa de sua família, Gonçalves disse que ele e os irmãos nunca fizeram parte do quadro societário. “A empresa era do meu pai, nós não éramos sócios dele”, explicou. Segundo ele, a falência foi um revés empresarial que está sendo tratado judicialmente. “As questões trabalhistas, praticamente todas foram resolvidas. Tem ainda um saldo lá que precisa pagar, mas está sendo sanado.”

Ele lamentou o ocorrido, classificando a experiência como traumática: “A pior experiência do mundo é você ter um negócio, desenvolver amor por aquilo e ter um revés. É uma tragédia.”

Entregas e ações da Sedec

Durante a entrevista, o vice-governador apresentou um panorama das ações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Segundo ele, a principal entrega foi a criação da Invest Rondônia, órgão que atua na atração de novos empreendimentos e suporte a investidores. “É um serviço relevante. Isso a gente implantou e hoje funciona dentro do governo do estado”, afirmou.

Gonçalves também citou a criação de uma coordenadoria para micro e pequenas empresas e destacou o programa Proamp, que já teria injetado cerca de R$ 200 milhões em crédito em 48 municípios do estado. De acordo com ele, Rondônia possui hoje um dos melhores ambientes para abertura de empresas no país. “A Jusser nossa é uma das que mais ganha prêmio no Brasil.”

Em relação à industrialização, o secretário destacou que há espaço para crescimento e que o governo vem atuando como facilitador na interlocução com empresas nacionais e internacionais. Ele mencionou um caso do setor de mineração em que a decisão de investir em Rondônia teria sido influenciada pelo suporte técnico da equipe estadual. “Eles chegaram e falaram: um dos fatores que pra nós foi importante na nossa decisão foi o atendimento do governo do Estado.”

HEURO deve sair ainda em 2025

Sobre a construção do novo Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (HEURO), Gonçalves afirmou que a unidade será viabilizada ainda neste ano. “Vai sair esse ano”, garantiu. Ao ser lembrado da situação precária do atual hospital João Paulo II, o vice-governador se comprometeu a retornar ao podcast no fim de 2025 para confirmar a entrega. “Eu vou voltar aqui com você no final do ano e nós vamos conversar sobre isso.”

Ele destacou que os recursos estão assegurados e que os trâmites estão em andamento: “Tem recurso e tem a solução que tá em andamento.”

Perfil conciliador e foco em gestão

Ao final da entrevista, Gonçalves reforçou que pretende adotar uma postura de diálogo em relação à política nacional. “Meu partido número um é o povo. Eu penso que nós devemos ter diálogo, o que for em prol da população”, afirmou. Ele evitou se alinhar a qualquer polarização ideológica, reiterando que sua principal motivação é aplicar boas práticas de gestão pública.

Questionado sobre sua atuação nos primeiros anos de governo, admitiu que teve um perfil mais técnico, mas que agora se posiciona mais politicamente. “Nos primeiros quatro anos eu fiquei muito com viés técnico e não fiz política, apareci pouco. Mas agora eu tive que adentrar mais no meio político.”

Por Redação | Rondônia Dinâmica

Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem
Aos leitores, ler com atenção! Este site acompanha casos Policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda - se ao leitor critério ao analisar as reportagens.